Vibe Coding: você ainda vai programar… mas de outro jeito
Como o vibe coding está mudando o jogo para startups, desenvolvedores e empreendedores digitais.
8/7/202511 min read


💬 "Não precisamos mais ensinar as pessoas a usar computadores. Precisamos ensinar os computadores a entender as pessoas." – Satya Nadella
Nos últimos dias tive a oportunidade de participar de uma matéria do IT Forum sobre vibe coding. Fiquei muito empolgado em poder contribuir com meus insights nesse assunto, e gostaria de aproveitar este espaço para compartilhar o que é vibe coding, por que essa tendência tem atraído tanta atenção e quais desafios e oportunidades ela traz para o futuro da programação. Prepare seu café e vamos bater um papo franco sobre isso!
PS: No final do artigo, tenho um convite especial para você.
O que é vibe coding?
Vibe coding é, em resumo, uma nova forma de programar onde você descreve o que quer em linguagem natural e a inteligência artificial cria o código para você. Em vez de escrever linha por linha, o desenvolvedor atua quase como um “diretor de arte” e a IA como o programador em si. O termo vibe coding foi cunhado pelo Andrej Karpathy (ex-diretor de IA na Tesla e ex-pesquisador da OpenAI) para descrever um estilo de programação improvisado e acelerado em parceria com a IA. Isso significa que, ao invés de planejar tudo antes ou desenhar diagramas extensos, podemos começar pela ideia e ir interagindo rapidamente com a máquina. Karpathy inclusive demonstrou esse conceito na prática: mesmo sem experiência prévia em desenvolvimento iOS, ele criou um app funcional em Swift em apenas uma hora usando essa abordagem. Surpreendente, não é?
Em outras palavras, o vibe coding nos permite ir “da ideia ao código” quase instantaneamente. Você pensa no problema, explica em texto (ou voz) o que precisa, e a IA gera uma solução candidata. Depois, você refina o resultado em ciclos curtos de feedback: ajusta aqui, melhora ali, e assim por diante, até chegar em algo que realmente funcione. Essa dinâmica mais fluida, interativa e até humana de desenvolver software tem um apelo enorme. Confesso que quando conheci o vibe coding, pensei: “Nossa, isso é quase mágica!” Afinal, quem diria que chegaríamos ao ponto de “digitar o que precisa e a IA escrever o programa” para nós, não é mesmo?
Por que tanta empolgação?
Um dos principais motivos do burburinho em torno do vibe coding é o ganho potencial de produtividade. Ferramentas alimentadas por modelos de linguagem (como ChatGPT, Copilot e outros) já aumentam a velocidade do desenvolvimento, automatizando tarefas repetitivas e gerando trechos de código prontamente. A promessa do vibe coding é exatamente otimizar o tempo dos desenvolvedores e liberar os profissionais para focar no que realmente importa – a arquitetura, a experiência do usuário e a solução de problemas estratégicos.
E não é só teoria não: essa abordagem já está acontecendo na prática. Para você ter ideia, cerca de 25% das startups aceleradas pela Y Combinator usam IA para escrever 95% de seu código. Sim, quase todo o código! Grandes empresas também estão surfando nessa onda: na Google e na Microsoft, entre 20% e 30% do código já é gerado por inteligências artificiais. O próprio Satya Nadella, CEO da Microsoft, revelou recentemente que uma parcela significativa do código nos repositórios da empresa vem de ferramentas de IA, corroborando como esse “desenvolvimento assistido” está se incorporando ao dia a dia dos times de engenharia.
Um caso real impressionante é o da Lovable, uma startup sueca que levou o vibe coding ao modelo de negócio. Eles lançaram a plataforma pública em novembro de 2024 e atingiram US$ 100 milhões em receita anual recorrente (ARR) em apenas 8 meses, quebrando todos os recordes de crescimento anteriores (superando até empresas como OpenAI). Em julho de 2025, a plataforma da Lovable já contava com 2,3 milhões de usuários ativos e mais de 10 milhões de projetos criados – tudo isso possibilitando que qualquer pessoa, mesmo sem conhecimento técnico, crie sites e apps do zero apenas conversando com a IA. Ou seja, o vibe coding está democratizando a programação de uma forma nunca antes vista. Pessoas têm desenvolvido desde protótipos de startup até produtos completos em horas ou minutos, algo que antes levava meses. É de cair o queixo pensar no quanto isso reduz o ciclo de desenvolvimento!
Com números e resultados tão animadores, dá para entender por que estou tão entusiasmado com o tema. Mas, preciso te contar que nem tudo são flores, há desafios importantes no caminho também.
O outro lado da moeda
Como em qualquer mudança de paradigma, o vibe coding traz questionamentos sobre performance, segurança e o futuro do trabalho (não à toa esse foi exatamente o subtítulo da matéria do IT Forum!). Um dos primeiros desafios é garantir a qualidade e eficiência do código gerado pela IA. Um estudo recente da Model Evaluation & Threat Research (METR) mostrou que desenvolvedores experientes levam em média 19% mais tempo para concluir tarefas quando usam essas IAs, comparado ao método tradicional. Paradoxo? Nem tanto – essa diferença ocorre porque muitas vezes é preciso revisar e corrigir o que a máquina produziu. Ou seja, a IA acelera a escrita inicial, mas pode introduzir bugs ou soluções subótimas que o humano depois gasta tempo ajustando. Eu mesmo já passei por isso: pedi um código e depois percebi que precisei “traduzir” o que a IA fez e consertar algumas partes. Faz parte do processo, especialmente no estágio atual dessas ferramentas.
Outro ponto de atenção é não perder de vista o entendimento do código. Programar não é só jogar texto e aceitar cegamente o que volta – a gente precisa ler, testar e garantir que o resultado faz sentido. Se o desenvolvedor não compreender de onde vem determinada saída da IA, podemos acabar com verdadeiros “buracos negros” no sistema. Há também a preocupação de segurança: um código gerado automaticamente pode trazer vulnerabilidades escondidas. Um estudo de Stanford indicou que devs usando assistentes de código por IA tendem a introduzir mais vulnerabilidades de segurança do que aqueles que programam manualmente, pois muitas vezes o código sugerido parece correto, mas pode ocultar falhas graves. Isso faz sentido – a IA aprende em cima de códigos existentes (que podem ter problemas) e não tem total noção do contexto específico da sua aplicação. Se a gente não revisar com olhar crítico, podemos colocar em produção algo inseguro sem perceber.
Além disso, imagine um cenário em que pessoas de fora da área de TI (que não têm aquela formação sólida em desenvolvimento) comecem a usar essas ferramentas para criar soluções por conta própria, sem envolver o time técnico. Essa “democratização” tem um lado B: sem orientação e governança, corremos risco de surgir um shadow IT turbinado por IA dentro das empresas. Um especialista com quem conversamos comparou bem: pedir para um agente de IA criar um software sem considerar o contexto da empresa é como contratar alguém sem passar pelo processo de onboarding. Ou seja, sem alinhamento com as regras, padrões e visões da organização, a coisa pode sair muito errada. Pode haver inconsistência com as arquiteturas existentes, exposição de dados sensíveis sem querer, violações de compliance etc. Integrar essas IAs no fluxo de trabalho exige estabelecer diretrizes claras, políticas de uso e treinamento. Aqui na FAST, por exemplo, temos discutido bastante sobre definir que tipos de código podemos gerar automaticamente, quais não, e como revisar tudo isso antes de aprovar.
Resumindo a ópera: o vibe coding aumenta a produtividade, mas não elimina a necessidade de supervisão humana e boas práticas de engenharia. A frase “com grandes poderes vêm grandes responsabilidades” nunca foi tão adequada! Para colher os frutos sem amargar prejuízos, precisamos encarar essa novidade com um misto de empolgação e cautela.
Além da tecnologia, é preciso estratégia
Agora vem a parte em que reforço algo que destaquei na matéria: introduzir vibe coding numa organização não é simplesmente instalar uma ferramenta nova – é promover uma mudança de cultura. E mudanças culturais exigem planejamento, capacitação e suporte. Não dá para jogar uma inteligência artificial no time de desenvolvimento e esperar milagres instantâneos. Como eu comentei no artigo, nem todas as empresas estão maduras o suficiente ou têm equipes preparadas para incorporar essa lógica de imediato. Essa nova cultura demanda referências técnicas sólidas, conhecimento em gestão de produtos digitais e um ecossistema favorável ao uso estratégico da IA – em suma, requer bases bem estabelecidas para dar certo.
Mais do que uma simples ferramenta, vejo o vibe coding como um mindset, uma mentalidade diferente de criação de software. E, como tal, exige apoio especializado para ser implementado de forma estruturada e eficaz. Muitas vezes, pode ser valioso contar com parceiros externos ou consultorias que já dominem essas práticas, para ajudar a difundir o potencial do vibe coding dentro da cultura da empresa de maneira consciente. Mencionei na reportagem, e reforço aqui: isso pode se tornar um diferencial competitivo importante – mas só se for bem conduzido.
Também acredito que o sucesso do vibe coding começa antes mesmo da primeira linha de código. Pergunte a qualquer veterano de Tech e ele confirmará: tudo começa por entender bem o problema que queremos resolver. “Identificar com precisão a dor a ser resolvida é o ponto de partida para que a IA seja bem direcionada e o produto realmente atenda a uma necessidade de mercado. Em seguida, entram os desafios de validação, posicionamento e comunicação da solução.” – esse foi um dos pontos que destaquei na conversa. Em outras palavras, não adianta sair gerando código sem ter claro o quê e por quê você está desenvolvendo algo. Primeiro, alinhe a estratégia: qual problema do usuário estamos atacando? Como saber se deu certo? Depois de construir a solução com ajuda da IA, valide se ela funciona no mundo real, posicione o produto no mercado e planeje como escalá-lo. Desenvolver um software é só uma etapa dessa jornada. É preciso um plano consistente de crescimento, que envolve estratégia de produto, marketing, estrutura comercial e vários outros pilares para sustentar a escalabilidade. Tecnologia nenhuma (nem a IA mais avançada) substitui a necessidade de pensar o negócio de forma holística.
Por fim, ninguém faz nada sozinho. Eu sempre defendo a importância de construir coisas em comunidade, em ecossistema. “Dentro de um mercado de tecnologia cada vez mais fragmentado, unir-se a ecossistemas que fornecem as pontes de conexão entre pessoas, estratégias e tecnologia pode ser uma rota central não só para que novas ideias e soluções nasçam – mas para que elas prosperem dentro de um ambiente de negócios competitivo”, complementei na matéria. E levo essa frase quase como um mantra: buscar parcerias, trocar conhecimento, estar próximo de quem está inovando – tudo isso multiplica nossas chances de sucesso. Se sua empresa quer adotar vibe coding, vale a pena aproximar-se de quem já tem experiência no assunto, participar de comunidades, eventos, fóruns. Juntos, aprendemos mais rápido e evitamos tropeçar onde outros já tropeçaram.
O futuro da programação: para onde vamos?
Uma dúvida que muita gente tem é: “Será que no futuro ainda vamos precisar saber programar?” 💭 – Essa pergunta ganhou força depois que o CEO da Nvidia, Jensen Huang, disse em fevereiro de 2024 que em breve não seria mais necessário saber programar. Uma afirmação provocativa, sem dúvida. Será mesmo? Bem, eu arrisco dizer que programar como conhecemos hoje vai mudar radicalmente na próxima década, mas isso não significa o fim dos programadores. O que está acontecendo é uma evolução do papel. No MIT, por exemplo, essa novidade do vibe coding reforçou ainda mais a importância de ter uma base sólida em computação para os alunos: só entendendo os fundamentos é que alguém consegue discernir o que a ferramenta faz bem e onde ela ainda falha. Um pesquisador de lá comentou que continuam ensinando algoritmos complexos mesmo sabendo que os alunos talvez nunca os codifiquem “na mão” na vida profissional, mas isso os ensina a pensar logicamente e estruturalmente – algo que nenhuma IA pode substituir.
Eu, pessoalmente, vejo muita verdade nisso. Se olharmos para a história, toda vez que surgiu uma nova abstração (linguagens de alto nível, frameworks, low-code/no-code etc.), alguém profetizou “o fim da programação”. Lembra quando disseram que o COBOL eliminaria a necessidade de saber assembly? Ou que as ferramentas visuais acabariam com o código? O que acontece na prática é que a forma de programar muda, fica mais acessível, mais automatizada, mas a essência – resolver problemas através da lógica e da criatividade – continua. Como destacou um dos especialistas na matéria, o que chamamos de programação hoje não será a mesma atividade daqui a 10 anos, mas a essência do desenvolvimento de software não irá mudar. Concordo 100% com isso. Em vez de temer, eu vejo o vibe coding como uma evolução natural: talvez no futuro “programar” signifique muito mais escrever bons prompts, definir requisitos claros e avaliar criticamente as sugestões da IA do que digitar código manualmente. Ainda estaremos programando – mas num nível de abstração mais alto, focados na solução e não na sintaxe.
Aliás, li uma frase recentemente que resume bem esse cenário: “A IA não veio para substituir programadores. Ela chegou para mudar o que significa programar”. Essa citação do Thiago Saldanha (CTO da Sinqia) ficou na minha cabeça. No fundo, acredito que nosso trabalho como desenvolvedores ficará ainda mais estratégico. Vamos deixar cada vez mais o trabalho braçal de escrever código repetitivo para as máquinas e concentrar nossos esforços em entender problemas, tomar decisões de design, garantir qualidade e segurança, e em ser a ponte entre a tecnologia e as necessidades humanas. Continuaremos sendo indispensáveis – apenas com ferramentas mais poderosas ao nosso lado.
E você, o que acha de tudo isso? Sinto que estamos apenas no começo dessa revolução silenciosa na programação. É um privilégio poder vivenciar esse momento e, humildemente, contribuir com ideias nesse debate. Se você chegou até aqui neste texto, agradeço pela companhia nessa reflexão!
Link para o artigo da IT Forum: https://itforum.com.br/noticias/vibe-coding-programacao
Convite especial
Antes de terminar, quero fazer um convite especial: no dia 13/08/25 estarei em São Paulo palestrando no evento Tech Outliers (organizado pelo Grupo Landor) – onde justamente vou aprofundar essa conversa sobre vibe coding, IA e o futuro do desenvolvimento. Se você estiver por São Paulo nessa data, considere-se convidado(a)! Será no período da manhã, e você pode garantir sua vaga pelo site do oficial do evento, techoutliers.com.br. Seria um prazer encontrar você por lá, trocar ideias pessoalmente e quem sabe até tomar um café depois da palestra.
Vamos juntos desbravar esse novo capítulo da programação – com muita vibe boa e mente aberta. Até a próxima! 👋🏼
Por que confiar na FAST?
Fazemos parte de um grupo com mais de 20 anos de experiência em lançar produtos digitais. Nosso time é composto por profissionais altamente qualificados, com vasta experiência em startups e nas tecnologias mais inovadoras do mercado, incluindo Inteligência Artificial e Vibe Coding.
Nós já passamos pelo caminho difícil e sabemos exatamente como acelerar a sua jornada do zero ao mercado.
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Sobre mim: Leonardo Zeferino
Sou empreendedor, especialista em tecnologia e apaixonado por construir soluções que resolvem problemas reais. Nos últimos 13 anos, atuei à frente de startups e produtos digitais, liderando equipes, desenvolvendo estratégias e tirando ideias do papel com velocidade e impacto.
Hoje, meu foco está em ajudar pessoas e negócios a aplicarem Inteligência Artificial, Criptoativos e novas abordagens como o Vibe Coding para transformar processos, gerar novas fontes de receita e escalar com inteligência.
Lidero a FAST, uma empresa especializada em soluções com IA e Vibe Coding para negócios de todos os tamanhos.
Acredito que a IA não é um tema para “especialistas”, mas sim uma ferramenta estratégica que qualquer negócio pode usar — e meu trabalho é provar isso, com exemplos práticos e acessíveis.
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